Peregrinar neste blogue

2005-06-29

O Outro Lado do Sonho/Brazil

Realizado por Terry Gilliam - EUA, 1985 Cor - 142 min

Ora viva,

Hoje vou confessar qual o filme que mais me fascinou até hoje - sim, Brazil (com Z).
Tenho percorrido meia Lisboa só à procura de um DVD (mas também servia VHS) com legendas em Português... e não é que não encontro... estou mesmo com um problema de zona :)
O estranho é que já o vi quer em cinema quer em televisão (um dos canais abertos) legendado em Português. Não que me faça grande diferença mas poxa... esqueceram-se de nós porquê ?
Enfim, agradeço-vos que caso saibam onde possa encontrar um versão legendada me passem a dica, tá ? Entretanto, e caso o não conheçam, aqui fica para abrir o "apetite":
Com Jonathan Pryce, Robert De Niro, Katherine Helmond, Ian Holm, Bob Hoskins, Michael Palin, Ian Richardson, Peter Vaughan, Kim Greist, Jim Broadbent, Barbara Hicks, Charles McKeown, Derrick O'Connor
"Algures no século XX", num mundo fascizante e burocratizante, um homem do sistema - Sam Lowry (Pryce) - refugia-se nos seus sonhos, para tentar fugir a uma existência monótona e sem objectivos. Nesse mundo imaginário, ele voa na direcção de uma mulher (Greist) e luta por ela contra um gigantesco, e quase surreal, monstro samurai. Na realidade, as acções terroristas vão no 13º ano de existência e não parece que o Estado se sinta ameaçado; O Ministro da Informação afirma tratar-se de "sorte de principiantes".
No início, um 'bug' no sistema da Recolha de Informação, vai provocar a troca do nome Tuttle (De Niro) por Buttle, e este será "solicitado para prestar declarações, e obrigado a algumas obrigações financeiras" para cobrir o processo. O mal-entendido vai levar a vizinha de Buttle, Jill Clayton (Greist), a tentar obter informações, e, por outro lado, vai levar Sam a tentar resolver um complicado problema burocrático quando o seu chefe, Kutzmann (Holm), não consegue efectuar uma devolução de dinheiro a Buttle. Inevitavelmente, Sam vai cruzar-se com Jill e descobrir que é a mulher com quem sonha, mas as coisas não podem correr exactamente como se espera e Sam tudo fará para a proteger, pelo que se envolve cada vez mais na teia burocrática, tendo de arcar com as consequências. Os conselhos do amigo Jack (Palin) e da da mãe (Helmond) para aceitar uma promoção, vão sendo ignorados até que Sam precisa dessa promoção para salvar Jill.
«Brazil» é a obra-prima do escapismo, e terá começado a materializar-se na mente de Gilliam quando este visualizava uma praia com a famosa canção em fundo. A estética visual da cidade, mas principalmente das sequências de sonho, é surpreendente e mantém a força 17 anos depois. É a história de um homem que vive num pesadelo sem disso tomar consciência. Foge da monotonia, e da inexistência de imaginação, para o Sonho, até que para lá se vê obrigado a retroceder quando a realidade parece ganhar terreno.
O Universal Pictures não gostou nada da fantasia negra que Gilliam lhes apresentou, recusando-se a lançar o filme como ele estava, o que originou uma verdadeira guerra entre o realizador e o estúdio (descrita no livro «The Battle of Brazil", Jack Mathew, 1987, com reedição e revisão em 98). O estúdio tinha problemas com a conclusão do filme e insistiram para que tivesse um fim feliz e menos de duas horas. A "elevada" duração original (duas horas e 22 minutos) implicava
uma sessão diária a menos e a dificuldade de vender o filme aos exibidores, confrontados com a consequente perda de lucros em vendas de pipocas e refrigerantes (ah, e em bilhetes).
A segunda versão de Gilliam ("versão Americana") também não agradou ao estúdio - afinal o filme, principalmente o fim, continuava a ser demasiado "negro" - e só depois de muita luta, e dos prémios da Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, é que seria lançada nos EUA. Essa associação de críticos teve um papel decisivo na "batalha", pois a Universal não poderia deixar de publicar os habituais anúncios de imprensa, listando os "seus" filmes premiados. «Brazil» recebeu o prémio para melhor filme, melhor realizador e melhor guião para o ano de 1985. Antes, sequer, de ser lançado oficialmente nas salas de cinema.
A versão mandada fazer pelo executivo da Universal, Sidney Sheinberg, tem perto de 40 minutos a menos e recorre a cenas alternativas, com material não usado, nomeadamente cenas com Kim Greist, visando transformar «Brazil» numa comédia romântica com final feliz. Sheinberg perdeu o combate, mas essa versão viria a ser usada na TV americana por razões "práticas" (a duração e o facto de Gilliam, uma vez mais, ter recusado retalhar o seu filme).
Para mim, Brazil é sem dúvida mais um testemunho de quem acredita que A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR!
Até já...

2005-06-27

Pecadores deste Confessionário

Olá a todos,

Depois da abertura do blog há que apresentar os que aqui vão confessar os seus pecados.

Claro que o primeiro é o Dilbert (este Dilbert). Tem 40 anos e trabalha em informática numa companhia de seguros. Já preferiu os computadores às pessoas.Trabalhava fechado em cubículos, vestia roupas sem graça e a sua barriguinha revela as longas horas de trabalho sedentário. Divorciado, vive com a sua filha e o seu cão virtual, Dogbert.


Parecido com Dilbert nos óculos e no "dom da palavra", Dogbert é inteligente mas muito cínico. É consultor externo, trata as pessoas com desdém e adora demonstrar a sua superioridade intelectual. A sua "não secreta" ambição é escravizar os humanos.


Temos depois o Ratbert que é um optimista que só quer ser amado. É frequentemente envolvido nos esquemas diabólicos de Dogbert e secretamente invejado por Dilbert.


E eis o Bob. Afinal, os dinossauros não estão extintos. Bob vive escondido na casa de Dilbert e é o companheiro de Dogbert. Procura constantemente emprego.


Temos também o Chefe. É o pior pesadelo dos empregados. Não nasceu mau e sem escrúpulos, mas lutou arduamente para o conseguir. E teve sucesso. O seu nível de inteligência está muito abaixo do de todos os empregados - afinal, é por isso que é o chefe.



Há ainda o Catbert. É o gestor de recursos humanos e diverte-se com manobras sádicas. É útil quando tem que dar más notícias - o downsizing é sua prática mais frequente.


Não poderia faltar o Wally. Técnico de Informática integrado na equipa de Dilbert, de quem é colega inseparável e com quem partilha as frustrações do dia-a-dia. Está também sujeito aos caprichos do chefe.



E eis finalmente a Alice. Tal como Wally, está integrada na equipa de Dilbert, a que dá um toque feminino. É a mais reivindicativa - quando os outros se calam, a sua voz continua a fazer-se ouvir.

E agora lanço-vos um desafio. Identificam-se com alguma destas personagens ? Querem-na personificar ? Se sim, digam-me... quem sabe se não querem ser co-gestores comigo deste blog... juntem-se a mim.

Até já...

2005-06-26

Aberto o Confessionário do Dilbert

Ora viva a todos.

Para os que me conhecem confesso desde já... sim deixei cancelar os meus blogs anteriores e voltei a abrir um novo - este.

O que é que vou partilhar convosco neste blog ? Bem, um pouco de tudo o que partilhava nos outros... confesso ter desistido dos blogs temáticos... nem sempre tenho assunto para os vários temas... mas tenho sempre assunto para um tema de cada vez... por vezes durante muito tempo seguido...

Porquê confessionário ? Bem, é o que acaba por ser um blog mesmo não é ? Explicita e/ou implicitamente é o que este será. E, como confessionário que é, está sempre disponível para todos vós - venham também aqui deixar as vossas confissões, absolvições e penitências. A alguns de vós vou lançar o desafio de co-gerirem este blog comigo - não sei é se vão aceitar... Mas mesmo sem serem gestores, agradeço sempre os vossos comentários. Agora, por favor malta, pode haver malícia mas nada de ordinarices nem violência gratuita SFF - para isso deve haver aí algures outros blogs - conto convosco.

Porquê Dilbert ? Bem, é a personagem da BD com com eu mais me identifico... mas tenho variações à dita personagem sim... enfim, vão lendo... e comentem... também vos quero ler...

Até já...