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2005-11-27

Triste realidade....

Paulo Branco vai encerrar cinemas no Freeport de Alcochete em Dezembro

É o segundo multiplex da Cinemas Millenium a encerrar, depois de Santarém, há dois meses. Paulo Branco aponta responsabilidades à administração do Freeport.
O Cinema Freeport Alcochete, o maior multiplex do país, com 21 salas de cinema, vai encerrar em Dezembro, cerca de um ano e meio depois de ter sido inaugurado. Paulo Branco, um dos principais exibidores de cinema em Portugal, administrador da empresa Cinemas Millenium, que explora as salas do outlet de Alcochete, admitiu ontem ao PÚBLICO que não tem condições para manter a actividade naquele complexo "devido à intransigência da administração do Freeport".
A confirmar-se o encerramento, comunicado pela Cinemas Millenium à administração do Freeport a 21 de Outubro, as salas de Alcochete serão o segundo multiplex daquela empresa de Paulo Branco a fechar, depois de há dois meses ter cessado a exploração das quatro salas do Millenium Feira Nova, em Santarém.
"A exploração, nas condições actuais, é completamente inviável devido à intransigência da administração da Freeport", disse ontem ao PÚBLICO Paulo Branco. "Houve uma total incapacidade de negociação com o outlet [sobre] as condições de exploração das salas. Nessas condições, as salas não sendo viáveis, só há uma solução que é não prejudicar a viabilização dos Cinemas Millenium e, portanto, fechar e concentrarmo-nos nas salas rentáveis, que são o Alvaláxia [no estádio do Sporting] e Coimbra [Millenium Avenida]." As condições que Branco afirma serem inviáveis são, "sobretudo", o valor actual de aluguer do espaço no Freeport, que, segundo o exibidor, corresponde a "cerca de 100 mil euros mensais".
Paulo Branco aponta ainda o facto de o Freeport não conceder "nenhum apoio à divulgação do maior centro de cinemas do país". E adianta que interpôs "uma acção contra a Freeport já há uns meses", exigindo uma indemnização no valor de 15 milhões de euros.
Neste momento, segundo Soler, as dívidas por liquidar dizem respeito apenas aos cinemas Millenium Alvaláxia.
O nosso interesse é guardar tudo o que é benéfico para a sociedade e fechar tudo o que possa aumentar o passivo da própria sociedade. E, neste caso, a continuação dos Cinemas Millenium no Freeport de Alcochete viria a penalizar e não a beneficiar.
Isto, nas condições actuais. Se houvesse uma abertura da administração [do Freeport] sobre as condições de aluguer, as coisas seriam diferentes." Branco admite que os números de espectadores nas 21 salas do Freeport de Alcochete andam "muito longe daqueles que deviam [andar]". Segundo ele, na última semana, aquele multiplex contabilizou cerca de 4200 espectadores - o que é menos do que a capacidade total das salas, com cerca de cinco mil lugares.
Branco diz que "só oito" dos funcionários da Cinemas Millenium em Alcochete "é que sofrem directamente as consequências", ou seja, serão despedidos em Dezembro. "Os outros estavam com contratos a prazo, que estavam a expirar."
Garante que as salas que explora no Alvaláxia "estão a correr de forma excepcional", com um aumento de 35 por cento de espectadores, comparativamente ao ano passado. A previsão anual para o Alvaláxia é de 750 mil espectadores, a do Freeport, diz, "vai-se aproximar dos 280 mil".

Freeport de Alcochete fechou cinemas de Paulo Branco a cadeado
A administração do Freeport de Alcochete fechou ontem, a cadeado, o Cinema Freeport Alcochete, deixando na rua metade dos empregados do maior multiplex do país, com 21 salas, situação que a empresa Cinemas Millenium considera "ilegal".
Apesar de o encerramento dos cinemas ter sido anunciado para Dezembro, como o PÚBLICO escreveu na edição de 11 de Novembro, os primeiros funcionários a chegar ontem à tarde aos cinemas foram barrados por seguranças. "Há seguranças em todas as entradas. As portas estão fechadas com correntes para não deixar entrar os funcionários. A nós não nos dizem nada, mas aos clientes dizem que está fechado para remodelação", disse à Lusa uma funcionária não identificada.
"Num acto de força absolutamente ilegal, a administração do centro comercial ocupou esta tarde [ontem] os cinemas do Freeport, impedindo os cinemas de funcionarem normalmente", acusou em comunicado a Atalanta Filmes, distribuidora cinematográfica de Paulo Branco.
Contactada pela Lusa, fonte do outlet limitou-se a dizer que, "dadas as dificuldades financeiras do grupo Millenium, o Freeport reassumiu a posse da unidade". Na notícia do PÚBLICO, Paulo Branco admitia que os números de espectadores naquelas salas anda "muito longe daqueles que deviam [andar]", mas o administrador da empresa Cinemas Millenium atribuía à administração do espaço a responsabilidade pelo fecho do multiplex. "A exploração, nas actuais condições, é completamente inviável devido à intransigência da administração da Freeport". Em causa, segundo Paulo Branco, está, principalmente, o valor actual do aluguer do espaço.
Paulo Branco disse ainda que interpôs uma acção, há alguns meses, contra a Freeport, exigindo uma indemnização de 15 milhões de euros. Segundo uma das empregadas dos Cinemas Millenium, os cerca de 30 trabalhadores, que deverão estar a receber as cartas de aviso de despedimento, tinham indicações da administração para "continuar a trabalhar normalmente até ao encerramento". Paulo Branco estará hoje numa conferência de imprensa para "esclarecer tudo o que se está a passar".
Maior cadeia americana de exibição de cinema quer vender as suas salas na Europa:
Foi o primeiro multiplex que a maior cadeia de exibição de cinemas americana, a AMC, abriu na Europa. Agora, as vinte salas de cinema que abriram em Dezembro de 1996 no ArrabidaShopping, em Vila Nova de Gaia, poderão mudar de mãos, a confirmarem-se as intenções do gigante americano em abandonar as salas que detém em toda a Europa, numa operação que deve iniciar-se pelos complexos da Península Ibérica.
A notícia foi ontem avançada pelo Diário Económico, tendo como fonte o jornal espanhol Expansion. O PÚBLICO tentou confirmá-la até à hora de fecho desta edição, mas a administração da AMC Portugal remeteu esclarecimentos para a casa-mãe, nos Estados Unidos. Mas os contactos foram também infrutíferos. Segundo o jornal Expansion, a cadeia americana tem tentado vender o seu núcleo europeu - composto por oito grandes complexos - desde o início do Verão, mas não encontrou interessados no caderno de vendas que atinge as 148 salas. A AMC mudou de estratégia, e compartimentou o negócio, estando agora centrada na venda das salas na Península Ibérica. E poderá ainda dividir-se em área regionais, autonomizando a venda dos complexos cinematográficos. Ainda segundo o jornal espanhol, este negócio poderá valer, só em Espanha, onde detém mais de 18 mil lugares, entre 18 e 25 milhões de euros.
A estrutura de custos da empresa parece ter-se tornado desinteressante, apesar de a afluência nas salas se manter entre as melhores, quer em Portugal, quer em Espanha. Em Portugal, uma das empresas que poderão estar interessada em solidificar a sua presença no mercado é a já líder Lusomundo Cinemas, do grupo Portugal Telecom (PT).

1 comentário:

Dilbert disse...

Oi Kalinka linda,
Como sabes foi no teu blog que tive conhecimento disto em primeira mão :(
Já lá tive oportunidade de manifestar as saudades que vou ter desse espaço que muitas vezes me levou a fugir de Lisboa... vou aguardar pelo que a Lusomundo e a PT decidirem... espero que tragam boas notícias... aquele espaço tem possibilidades que estão mesmo muito sub-aproveitadas.
Beijokas quentinhas e sequinhas (que isto agora está para o frio e húmido demais)